Mais uma vez na estrada, a língua de um lado pro outro
Atrás de um outro corpo, lobo vadio
É a língua no templo dos nervos, a pele, o pelo, os ossos
A contração da carne, o corte que não sangra
O corte que não sangra
No fundo do copo vazio, minha vontade quer entrar
Por entre os becos, vadio, o lobo vagar
É a perda dos sentidos, a expiação do mal
A arte que dorme no leito, agonia um pouco mais
Vem, vem perto
Mais, mais só um pouco mais
Não fico sozinho, não fico só
No fundo do copo, no beco vazio, no templo dos nervos, a arte no leito,
Vem!
O Corte que não sangra
E quem precisa do que já não sei?
Ninguém suspeita o que já não sei
Ninguém suspira pro que já não sei
Ninguém se importa pro que já não sei
É a perda dos sentidos, a expiação do mal
A arte que dorme no leito, o corte que não sangra
O corte que não sangra